Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

EUGÊNIO SOUSA IBIAPINA PARENTE

( Distrito Federal – Brasil )

 

 

1o. Prêmio Cassiano Nunes - Concurso Nacional       de Poesia - Seleção 2009.  AntologiaOrg. Maria de Jesus Evangelista.  Brasília: Universidade de Brasília -Biblioteca Central- Espaço Cassiano Nunes, 2010.    152 p.     14 x 21 cm.             Ex. bib. Antonio Miranda

 


ENCRUZILHADA

Pelo Buraco do Tatú
Passou boi, passa carro,
Passa a nação brasileira.
Passou índio, muito índio.

Passa Brasília planejada.
Passa carro, muito carro,
Passam as cidades satélites,
Passam pobre pra bem longe.

Passaram tropeiros e bandeirantes,
Passaram viajantes por caminhos
Que ligavam Cuiabá a São Romão,
Ao sul, ao velho Chico e seu mundo.

Pelo Buraco do Tatú
Passaram os construtores
De Santa Luzia, Brazlândia,
Planaltina, Arraial dos Couros.

 

Passa testemunha goiana:
“Muito antes de Juscelino,
Já havia cidades e fazendas,
Não era ermo, nem abandono.”

Passa quem vai pro aeroporto,
Passa quem vai pro Sertão,
Passa rico, passa pobre,
Passa carro, muito carro.

Pelo Buraco do Tatu
Passa minha solidão,
Acendo velas, faço despacho,
Rezo, quero você comigo.

Passou o massacre da Pacheco,
Passa a política brasileira,
Passa propina, muita propina,
Passou o sorriso de Ana Lídia.

Passam os sem-teto e os sem-terra,
Passa pau-de-arara,
Passa corpo morto-vivo,
Passa Honestino  Guimarães.

Pelo Buraco do Tatu
Passaram as Diretas Já
Passou Tancredo moribundo,
Passa o bloco de Pacotão.

Passou a revolta do Badernaço,
Passam mineiros pra Bom Jesus,
Passam torcedores pro Maracanã,
Passou em chama o índio Galdino.

Passou o sonho de Dom Bosco,
Passaram o Papa e o Bush,
Passam os migrantes candangos,
Passa carro, muito carro.

Pelo Buraco do Tatu
Passo te procurando,
Asa Leste, Asa Oeste,
Desnorteio, preciso de você.

Passa brasileiro cordial,
Passa turista bem tratado,
Passa criança prostituta,
Passa o cerrado destruído.

Passou índio amarrado e preso,
Passou o escravo pro garimpo,
Passa negro sem trabalho
Passa o Brasil de cabelo alisado.

Pelo buraco do Tatu
Passa mãe pobre
Em busca de filho morto,
Do filho apenas dela.

Passa o Boi de São Teodoro,
Passou Raul pro último show,
Passa o canto dos repentistas,
Passa o samba do Brigadeiro.

Passo  a pé, é domingo!
Te convido, mas não te vejo,
Hoje o pôr-do-sol está lindo!
Por que não anda comigo?

Pelo Buraco do Tatu

Passou boi, passou boiada,
Passou índio, muito índio,
Passa a nação brasileira,
Passa carro, muito carro.




*

VEJA e LEIA outros poetas do DISTRITO FEDERAL em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/distrito_federal/distrito_federal.html

 

Página publicada em abril de 2022


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar